Conheça praia de Florianópolis com ondas consistentes o ano todo eleita Reserva Nacional de Surfe
19/09/2024
(Foto: Reprodução) Praia do Moçambique também é a maior em extensão na Ilha de Santa Catarina, com 12,5km. Ideia é que programa de reconhecimento ocorra anualmente. Praia do Moçambique, em Florianópolis, escolhida para ser reserva nacional de surfe
Florianópolis foi contemplada pela primeira vez com o título de Reserva Nacional do Surfe. A praia escolhida, do Moçambique, também é a maior em extensão da Ilha de Santa Catarina, com 12,5 quilômetros.
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Esta foi a primeira edição do programa para a escolha de reservas nacionais do surfe. Ao todo, cinco praias concorreram, duas delas em Santa Catarina. Apenas Sumidouro, em São Francisco do Sul, no Norte catarinense, não foi selecionada. As demais, que ficam em São Paulo, Alagoas e Espírito Santo, garantiram o título.
Entre os critérios para a escolha estão a qualidade das ondas e o engajamento comunitário. A seleção é feita pelo Programa Brasileiro de Reservas de Surf, sob a coordenação de uma associação civil e uma Organização Não Governamental (ONG).
"Esses ecossistemas de surfe em nosso litoral são importantes não apenas para o clima e biodiversidade, mas também geram benefícios socioeconômicos por meio da geração de empregos e renda", disse Mauricio Bianco, vice-presidente da Conservação Internacional Brasil, organização sem fins lucrativos.
A ideia do Programa Brasileiro de Reservas de Surf (PBRS) é ter a escolha de novas praias todos os anos. Além disso, os locais que já foram selecionadas precisam manter os pontos avaliados, para não perderem o título.
Surfista pega onda na praia do Moçambique, em Florianópolis
Cadu Fagundes/Divulgação
Como é a Praia do Moçambique
A Praia do Moçambique liga dois importantes picos para a história do surfe: o Canto das Aranhas e a Barra da Lagoa. As ondas são fortes e consistentes ao longo do ano e proporcionam condições para todos os níveis e modalidades do esporte.
O local fica ao lado do Parque Estadual do Rio Vermelho, uma Unidade de Conservação de proteção integral e recebe as águas da Lagoa da Conceição em sua porção sul, na Barra da Lagoa, formando um ecossistema de surfe.
O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, no entanto, destaca que o mar da Praia do Moçambique pode mudar rapidamente de condição, então é fundamental que os banhistas sempre fiquem atentos às sinalizações de segurança e orientações dos guarda-vidas quando presentes.
A corporação também chamou a atenção de que é preciso ter cuidado, pois as fortes ondas e correntes de retorno podem representar um perigo para banhistas, principalmente crianças e idosos.
Com isso, a recomendação dos bombeiros é que essa praia seja mais adequada para surfistas experientes ou pessoas com boa habilidade de natação.
Em Florianópolis, para famílias com crianças ou pessoas com mobilidade reduzida, praias com águas mais calmas, como a Daniela, são uma opção mais segura.
Paisagem com vegetação na Praia do Moçambique, em Florianópolis
Cadu Fagundes/Divulgação
O que acontece agora?
A partir do anúncio da escolha, a comunidade da praia tem dois anos para formar um comitê de gestão local e elaborar um plano de gestão, que definirá ações e metas a serem realizadas no local.
O Sistema de Monitoramento das Reservas de Surf acompanhará os indicadores e auxiliará na melhoria contínua dos planos.
Emerson Miranda, que é integrante da Associação de Surfe do Moçambique (ASM), informou ou próximos passos.
"Um comitê gestor será montado, com a participação de toda a comunidade que participou do processo — nativos, moradores locais, empresas, órgãos públicos e sociedade civil organizada — e então elencarmos as ações e suas prioridades".
Ele falou também sobre o valor de a praia conseguir o título de reserva nacional do surfe.
"A importância de garantirmos qualidade, consistência, ondulações, cultura e história no desenvolvimento do surfe, características socioecológicas do ecossistema surfe, engajamento comunitário, capacidade de governança e sustentabilidade fazem com que preservemos um espaço público natural com muita intensidade".
Onda em forma de tubo na Praia do Moçambique, em Florianópolis
Cadu Fagundes/Divulgação
O que é uma Reserva Nacional de Surfe?
O objetivo é criar reservas de surfe destinadas à valorização e conservação de ondas e os respectivos ecossistemas. A ideia é fazer isso através do engajamento de comunidades locais para o desenvolvimento sustentável do entorno costeiro e marinho.
As organizações que coordenam o programa são a associação civil Instituto Aprender Ecologia e a ONG Conservação Internacional – Brasil. O projeto é baseado em iniciativas semelhantes da Austrália e na organização internacional "Save the Waves Coalition".
Onda na Praia do Moçambique, em Florianópolis
Cadu Fagundes/Divulgação
Quais são os critérios para a escolha da praia?
São quatro critérios para a escolha da praia:
🌊 Qualidade e consistências das ondas e da ondulação;
🏄♀️ Cultura, história e desenvolvimento do surfe;
🐟 Características socioecológicas do ecossistema de surfe;
🗣️ Engajamento comunitário, capacidade de governança e sustentabilidade da reserva local.
A ideia do programa é criar uma identidade que seja percebida e apropriada pela comunidade do surfe e contribua com a preservação da cultura desse esporte, além de ajudar a preservar os ecossistemas e promover o desenvolvimento sustentável.
Além da Praia do Moçambique, as outras três escolhidas são:
Francês (Alagoas)
Itamambuca (São Paulo)
Regência (Espírito Santo)
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Localizada no município de Palhoça, na Grande Florianópolis, a Guarda do Embaú é a única praia brasileira que recebeu o título de Reserva Mundial de Surfe. Este certificado foi dado pelo programa da ONG internacional "Save The Waves Coalition".
O título internacional busca preservar as áreas de surfe em todo o mundo. Localizada a 46 quilômetros de Florianópolis, a praia fica ao lado do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, a maior unidade de conservação do estado de Santa Catarina.
*Sob supervisão de Joana Caldas
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